Star Wars de George Lucas ainda é melhor que Star Wars Disney.
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A saga de George Lucas, em uma galáxia muito, muito distante, tornou-se uma das mais emblemáticas da cultura popular. Com o lançamento de Star Wars: Uma Nova Esperança, o diretor transformou a forma como a ficção científica, os efeitos visuais e até a ideia de franquias eram vistos no cinema. Contudo, desde a venda da Lucasfilm para a Disney em 2012, a saga sofreu mudanças consideráveis - algumas bem recebidas, outras extremamente polarizadoras.
Irei defender um conceito que muitos admiradores do passado já percebem: o Star Wars de George Lucas continua sendo superior ao Star Wars da era Disney. Vamos analisar as razões, desde a unidade da narrativa até a profundidade do tema e o caráter inovador.
1. A visão autoral de George Lucas
A liberdade criativa de George Lucas foi um dos principais pontos fortes da saga original. Ele não só concebeu o universo, mas também dirigiu, redigiu e guiou a maior parte das escolhas criativas, particularmente nas duas trilogias que liderou. Existia uma clara consistência e coerência temática, do começo ao fim.
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George Lucas, o criador de Star Wars - Divulgação/Disney |
Embora muitos critiquem Lucas por seus diálogos rígidos ou decisões controversas (Jar Jar Binks, estamos de olho em você), é indiscutível o mérito de criar uma mitologia rica e inovadora. O seu propósito não era apenas entreter, mas sim construir uma narrativa épica fundamentada nos arquétipos de Joseph Campbell e nos elementos clássicos da trajetória do herói.
2. Trilogia Original: O nascimento de uma lenda
A série original (Uma Nova Esperança, O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi) transformou o cinema de grande orçamento. Lucas e sua equipe, com um orçamento limitado e ideias audaciosas, deram vida a uma narrativa de rebeldes e impérios, cavaleiros místicos e lutas com sabres de luz.
Cada filme possuía uma singularidade, porém todos estavam interligados por uma trama que se desenvolvia de maneira orgânica. O público observava Luke amadurecer, Vader emergir como um personagem trágico, e a Rebelião vencer contra todas as expectativas. Existia uma emoção autêntica, personagens notáveis e um sentimento de maravilhamento.
3. A trilogia prequel: inovação e construção de mundo
As prequel (A Ameaça Fantasma, Ataque dos Clones e A Vingança dos Sith) são frequentemente criticadas, mas elas merecem ser reconhecidas por ampliar o universo de maneira audaciosa. Mister Lucas se atreveu ao narrar uma narrativa política e filosófica acerca do declínio da República e o surgimento do Império.
Ele analisou a corrupção dentro das instituições, a manipulação da mídia e a derrocada moral dos heróis. Palpatine é, possivelmente, o antagonista mais discreto e eficaz da saga, um espelho sombrio da realidade política do nosso planeta.
Adicionalmente, Lucas foi um pioneiro nos efeitos digitais, contribuindo para a criação de tecnologias que hoje são reconhecidas no setor.
4. A era Disney: brilho visual, profundidade
superficial
Ao assumir o controle da Star Wars, muitos aguardavam uma nova era de ouro. Realmente, O Despertar da Força resgatou o charme e a estética da trilogia original. Porém, rapidamente se tornou claro que existia uma ausência de uma direção unificada.
A nova trilogia (Despertar da Força, Os Últimos Jedi, A Ascensão Skywalker) é caracterizada por conflitos criativos, alterações abruptas de tom e uma fixação desmedida por nostalgia. Apesar de ter um visual impactante, ela falha na coesão narrativa e no desenvolvimento dos personagens.
Personagens como Finn, Poe e até Rey tiveram um uso inadequado, com arcos que foram interrompidos ou pouco cativantes. A aparição de Palpatine em A Ascensão Skywalker, sem qualquer estruturação anterior, evidencia essa desordem.
5. Falta de coragem criativa
George Lucas teve audácia. Frequentemente, a Disney apostou no seguro.
Lucas arriscou-se ao narrar uma história política com personagens imperfeitos e discursos densos, enquanto a Disney frequentemente escolheu repetir fórmulas antigas para atrair o público. Isso pode ser eficaz a curto prazo, porém prejudica a longevidade da franquia.
Ademais, a procura constante por spin-offs (Han Solo, Obi-Wan Kenobi, The Book of Boba Fett) evidenciou que nem todos os personagens necessitam de um prequel ou série independente. Numerosas narrativas parecem desnecessárias, prolongadas ou sem impacto dramático.
6. A alma de Star Wars: mito, não franquia
Star Wars surgiu como um ícone contemporâneo. Era sobre o equilíbrio entre o bem e o mal, a tentação e a redenção, a luz e a escuridão - assuntos universais que ecoam em todas as gerações. George Lucas compreendeu essa ideia. Ele via Star Wars além de ação e efeitos especiais, como um meio de transmitir valores e espelhar o mundo.
Embora tecnicamente competente, a era Disney frequentemente desconsidera esse subtexto. A saga transformou-se em um produto de consumo imediato, um conteúdo entre outros, perdendo parte de sua essência mística e filosófica.
7. A força dos personagens de Lucas
Luke Skywalker, Leia Organa, Han Solo, Darth Vader, Obi-Wan Kenobi, Anakin Skywalker, dentre outros personagens. Esses personagens não só influenciaram uma geração, como também se transformaram em ícones da cultura popular. Embora haja críticas às performances ou aos roteiros, esses personagens possuem profundidade, progresso e um objetivo definido.
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Fonte imagem: goodfon.com |
8. As séries salvam a Disney?
Séries como The Mandalorian e Andor demonstraram que a esperança ainda existe. Apesar de serem produzidas sob a tutela da Disney, essas séries possuem um caráter mais autoral, particularmente Andor, que se assemelha ao tom político das prequel. Jon Favreau e Tony Gilroy trouxeram vitalidade ao cosmos, honrando suas origens.
No entanto, é significativo que, para recuperar a qualidade, seja preciso abandonar o modelo corporativo convencional da Disney e retornar ao estilo narrativo audacioso de George Lucas.
9. A visão de um criador é
insubstituível
Não se trata de rejeitar o novo ou adorar o que já existia. No entanto, é preciso admitir que Star Wars surgiu de uma perspectiva audaciosa, pessoal e singular. A interpretação de George Lucas possuía alma, apesar de todas as suas falhas. Ela era consistente, audaciosa e cheia de significado.
A era Disney, apesar de sua aparência tecnológica e "empolgante", ainda não conseguiu captar a essência que fez de Star Wars um fenômeno cultural e emocional. Mesmo com o surgimento de novos produtos, muitos admiradores continuam retornando às trilogias de Lucas, onde o mito prevalece sobre o marketing.
Autor: Wookiee!
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